Em alguns poemas sobre a tomada de consciência e de denúncia das doenças sociais e morais, José Afonso propõe por vezes a solução da justiça a que poderemos chamar contra-violenta, de “olho por olho dente por dente”, a mais corrente no mundo de todas as épocas. É o caso de “A morte saiu à rua (Eu vou ser como atoupeira), “Os eunucos” (Traz outro amigo também), “Vampiros”, “A Fadiga” “Cantar alentejano” (Cantigas do Maio). No entanto, a proposta contra-violenta tem um lugar muito menos importante que a procura de libertação sem violência, o combate pela justiça que se tornasse exactidão dos actos sem força destrutiva, a procura de força para neutralizar o mal, através da procura de ser, de viver, de cantar em harmonia e paz.
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