Na sua perseverante procura de verdadade, filtrada pela procura das palavras que sempre o apaixonaram, canta várias formas de violência conducente à morte física, à agonia e à anquilose. O cantautor é perfeitamente consciente da tragédia criada pelo homem com a finalidade de exclusiva procura de lucro e de poder para atrofiar outrem e que o precipita em todas as formas de injustiça, nos vários flagelos da guerra, da miséria, das várias formas de servidão. Limitamo-nos a discernir alguns pontos essenciais. Convida quem o ouve à tomada de consciência, sem passar pelos limites da literatura ou canção dita panfletária ou da chamada exclusiva intervenção. Intervém porque ajuda os ouvintes e leitores a tomarem consciência das injustiças e do sofrimento inútil, da violência que esmaga. É um convite à tomada de consciência, passando pela solidariedade com os que sofrem, tudo expresso de modo a um tempo culto, elaborado, por vezes enigmático, quando a linguagem tem de ser quase cifrada e aparentemente hermética, para que alguns discos pudessem ter sido publicados antes do 25 de Abril de 1974.
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