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A soma das partes produz um excesso sobre a própria soma. Qualquer todo é menos que a soma das suas partes. O todo é a prisão das partes. As partes em conjunto também são menos que a interacção das suas singularidades. O que é singular nunca é absorvido na conjunção.
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Qualquer organização tem uma autonomia que não é forçosamente a sua propensão. A propensão de um sistema não é resultante da sua combinatória mas é arrastada por um movimento biológico. Há um canibalismo quer na emergência quer na degradação que deforma a sistematização.
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Interessam-nos os processos, colmo vibração e vivência, mas estamo-nos nas tintas para esse conceito. Já há muito que desconfiamos das intenções das nossas operações, e das tautologias que nos empurram para as obras.
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Tudo acontece em close-up e depressa. Temos dificuldade em registar as colagens sísmicas.
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Podemos posicionar-nos de duas perspectivas antagónicas. Se os Media existem nós somos apenas zonas sensíveis da interacção mediática. Não nos distinguimos da diversidade relativamente uniforme que é o envolvimento mediático, embora nos tentemos projectar como emergência anti-mediática. De um outro ponto de vista os Media são a espectralidade da espectralidade. Existem como uma dimensão suplementar absolutamente falsa. Nesse sentido o medium é mesmo a mensagem. Toda a mensagem é banal. Toda a mediatização é banalização.
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Os processos são excitados por um desejo de contra-informação.
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A desbanilazação da banalidade deu-se na arte, mas essa desbanalização acabou por tornar a arte banal.
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Os pontos de vista não existem como um olhar prévio, mas criam-se enquanto processo. Os processos estão sujeitos a permanentes feedbacks, mas movem-se mais depressa do que a sua capacidade de assimilação.
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A rede neuronal forma nucleos emotivos que permitem que a invasão mediática seja digerida. Há uma certa irritabilidade entre os fluxos emotivos e as temperaturas mediáticas.
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Ainda não somos um agregado de próteses. As próteses são substituições exemplares que se integram num team-work sedimentado. Se combinarmos vários orgãos dos mais diversos corpos será possível criar um vivo a partir de vários mortos?
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