Pedro Foyos
(Portugal)
Num percurso de meio século entre os mundos do
Jornalismo e da Literatura, passando pelas Artes Visuais, Pedro Foyos
alcançou especial notoriedade quando, já reformado do jornalismo diário,
começou a dedicar-se à ficção e à crónica de atualidade.
Iniciou muito novo (final de 1960) a atividade jornalística no diário
República – único declaradamente de oposição à Ditadura. Durante vários
anos conciliou o jornalismo com a vida académica, participando nos
movimentos estudantis que recrudesceram no País a partir de 1962. Na
condição de jornalista e ao mesmo tempo de estudante foi-lhe possível,
com a colaboração dos correspondentes da imprensa estrangeira,
transmitir para o mundo, durante quase toda a década de 60, os
acontecimentos das sucessivas crises académicas, com realce para as de
1962 (Lisboa) e 1969 (Coimbra).
Depois da revolução de 25 de Abril, no início do chamado Verão Quente de
1975 e na sequência do dramático encerramento do histórico jornal
República, dirigido por Raul Rêgo, passou dois meses a correr o País,
com o jornalista Vítor Direito, ao abrigo da solidariedade de
tipografias democráticas dispostas a imprimir o Jornal do Caso
República, publicação clandestina com tiragens de cem mil exemplares e
que não podia produzir-se mais do que uma vez no mesmo local. Em Agosto
desse ano foi co-fundador do diário A Luta, onde se manteve como redator
e diretor de arte até próximo da sua extinção. Ainda nos anos 70
trabalhou em várias publicações da empresa jornalística “O Século”, com
realce para as revistas O Século Ilustrado e Vida Mundial. Seguiu-se o
Diário de Notícias, onde integrou a chefia de redação, sendo
responsável, nomeadamente, pela revista dominical e edições especiais.
Empreendeu em simultaneidade vários projetos editoriais no âmbito da
Fotografia, Cinema e Artes Visuais em geral, fundando e dirigindo um
jornal e duas revistas. Fundou também a coleção Grande Reportagem,
consagrada a momentos assinaláveis do jornalismo português, tema que já
antes lhe inspirara o livro O Jornal do Dia, e, mais tarde, A Vida das
Imagens. Insere-se ainda nesse domínio Grandes Repórteres Portugueses da
I República.
De permeio exerceu durante doze anos a presidência da Associação
Portuguesa de Arte Fotográfica, tendo fundado e dirigido um Anuário da
especialidade. Realizou por essa época várias exposições individuais de
fotografia e de foto-pintura.
No campo do ensino e formação orientou estágios profissionais de
Tecnologias de Comunicação na especialidade de Psicologia da Leitura.
Interessado igualmente, desde muito novo, pelos temas científicos,
fundou o Centro de Estudos das Ciências da Natureza, direcionado em
especial para as camadas juvenis, mas que dificuldades financeiras
impuseram o encerramento em 2006.
No termo deste ciclo começou a dedicar-se à literatura de ficção,
primeiro com O Criador de Letras, um romance inspirado no tema da
invenção do alfabeto, tendo como cenário social a vida quotidiana no
Próximo Oriente Antigo. A obra seguinte, Botânica das Lágrimas,
protagonizada por crianças e cuja acção decorre inteiramente num jardim
botânico, mereceu do escritor Miguel Real a qualificação de «romance
marcante na literatura juvenil portuguesa.» (in Prefácio à segunda
edição e seguintes).
Pedro Foyos é casado com a jornalista e escritora Maria Augusta Silva,
distinguida com o Prémio Internacional de Jornalismo, entregue
pessoalmente pelo Rei de Espanha no ano de 1993.
(Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Foyos
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