Fermenta a mudança, a escrita, o feltro, os filtros e as atmosferas.
Fermenta a noite, errante, com os cabelos errantes errando,
os olhos narrativos,
o corpo desencadeando a forma e a matéria, os olhos fermentando
as linhas distorcidas, as fábricas e as atmosferas;
o corpo e os seus lugares registrando as formas de envolver
o sangue, os fluidos errando, enlaçados,
os ritmos loucos desatando o crânio, o peito e a duração dos meses.
Numa noite suave, os violoncelos na penumbra,
os joelhos nascendo, entre a luz e as teclas, os aulos e os clavicórdios.
Caldeiras. Morcegos bruxuleando.
Os joelhos errantes errando numa Hexenlied de Mendelssohn.
As arcas cindidas juntando as trovas e os cabelos, os joelhos
e o corpo, os versos e a minha biografia fundindo-se,
numa simbiose luminosa.
Por vezes, o corpo tem linhas, instantes,
lugares e neblinas no silêncio que anuncia o fogo,
numa atmosfera verde, sublimada, nos momentos parados,
e os poetas têm olhos fundos, onde o peito se evapora,
pelo líquen cego arrancado à convulsão dos dias,
pelas harpas que dizem o corpo e a sombra, um hálito de estrelas,
a luz errante
.............................e as umbelas límpidas,
................................................junto às umbreiras matinais.
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