Na solidão nocturna, sabia de Deus, dos dias e das horas,
procurando o limbo, o sol, a ferida e as mandrágoras.
Idílico era o meu nome
e o mundo era líquido e profundamente azul,
dizendo o céu, o mar, a lua e os seus contrários.
Trazia os desertos junto ao peito.
Sabia das ervas e do coração do mundo, dos olhos
e do seu segredo habitável,
amadurecendo as sílabas laboriosas,
o tempo das amarílis,
no corpo atravessado de sombras e perfumes.
Porque radioso era o sol e a arquitectura do meu nome
e a noite descia, em sua lenta incandescência,
feita de harpas nocturnas, tábuas enigmáticas,
enunciando os cravos e as flores intempestivas,
juntando o leme, a luz,
as poalhas lentas sobre as raízes do mundo.
As rodas soltavam-se.
A minha face entre as nebulosas registava o ritmo,
a ficção, o meu coração pulsava,
revolvendo o húmus e o limbo luminoso,
juntando as vozes, as liras, o corpo despovoado
e o sentido profundo da matéria,
..............................................................despojada
......................................................................pelos anéis de claridade.
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