Vergo-me perante ti.
Sou grão de areia num sábio deserto.
Quantos anos-luz nos separam…
Eu piso terra lamacenta,
Tu soltas pó das estrelas.
Eu bebo água da fonte,
Tu sorves goles de Infinito.
Eu olho o céu e as borboletas no jardim,
Tu cheiras as palavras e nelas constróis cores, sons, sentimentos.
Sinto-me ninguém…
Tenho vergonha da simplicidade,
Deste naif assumido,
Desta falta de Além.
Peço desculpa,
Mas não posso continuar a pisar os teus tapetes,
A sentar-me á tua mesa.
Não me convides mais!
Vou voltar à minha vida.
Vou voltar a não ser eu.
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