A maioria dos nossos contemporâneos actualmente, e ainda mais no futuro, acedem a uma consciência adulta e reflexiva particularmente sensível a um certo numero de valores: exigência face ao respeito pela liberdade de cada homem; um sentido agudo face à necessidade de concertação no exercício da autoridade, e em parte resultante do ideal democrático; uma susceptibilidade extrema face a tudo o que possa ser sentido como exclusão; o desejo de ser associado à procura da verdade; a recusa de receber de cima e só pela voz da autoridade afirmações incompreendidas e que não ofereçam as suas cartas de alforria.

Por outro lado temos de ter presentes as tendências da modernidade e da pós-modernidade. Não se podem ignorar neste início de milénio as derivas da ofensiva neo-liberal que põem outro tipo de questões ao pensamento cristão. Entre essas derivas citemos: um ultra-liberalismo económico e ideológico; a lei da selva em muitos comportamentos humanos; desprezo dos mais fracos; incultura das elites; triunfo do dinheiro; aumento das desigualdades; regresso do eugenismo; regresso em força de um cientismo descomplexado .

Neste contexto se busca uma nova figura da fé. Essa terá de ter em conta um discurso mais voltado para o convite, do que para a obediência. E terá de privilegiar um viver segundo o modo da comunicação ou seja um mundo de redes.

Daí nascerão ou se confirmarão novas figuras da vida eclesial. Novas formas de vida comunitária, afirmação da força dos movimentos de leigos e das associações de fiéis. A autoridade na igreja tem de se afirmar numa sociedade cada vez mais pluralista.

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