Seguidamente o autor deixa-nos com a transcrição dos relatórios, com a enumeração oficial e estatística do fundo geral de obras existentes na Biblioteca e da lista de funcionários até 1980, à qual já se fez referência.
No entanto, aqui se irá abordar a transcrição do Livro de Actas e Memórias da Biblioteca Pública Eborense.
Nesta transcrição feita por Túlio Espanca a partir do original que se encontra na Biblioteca Pública de Évora, podemos encontrar os Estatutos da Biblioteca, e o Relatório do bibliotecário Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara. Para maior conhecimento, procedeu-se a consulta ao livro em causa.
Quanto aos Estatutos pode-se dizer que formam um texto bastante revelador do espírito do criador desta biblioteca.
Os relatórios, inicialmente assentes neste livro de actas e memórias, são posteriormente, em 1865, publicados no jornal eborense Folha do Sul.
A necessidade de uma biblioteca é justificada pela necessidade de instrução, de todos, principalmente dos Seminaristas. Podemos dizer que a palavra-chave dos fundamentos da Biblioteca é a Instrução do Homem \ dos fiéis, portanto com uma função pedagógico-cultural, onde se denota bem a orientação de Frei do Cenáculo.
Os Estatutos são criados, tendo por fim o bom funcionamento da biblioteca. O texto é de 21 de Setembro de 1811, uma transcrição da carta enviada e dirigida ao Príncipe Regente, que nos aparece transcrito no Livro Das Actas e Memórias Da Biblioteca Pública Eborense, e que infelizmente não se encontra cotado.
Os ESTATUTOS DA BIBLIOTECA PÚBLICA, são compostos por 9 artigos. O 1º trata da fundação da Biblioteca, Cartório e modo de gerir o dinheiro necessário ao seu bom funcionamento. Os 2º, 3º, 4º, 5ºe 6º, comportam directrizes para a criação de cargos vários, a formação, ordenados e funções a desempenhar pelos funcionários.
O 7º, faz uma ressalva relativamente aos artigos anteriores, prevendo alterações no número de funcionários, ordenados, assim como no dinheiro necessário à boa manutenção da biblioteca. O 8º, é relativo ao horário de funcionamento da biblioteca, assim como indicações, de cariz comportamental, aos funcionários para uma boa recepção aos utentes. Finalmente o 9ºartigo tece um conjunto de orientações e indicações aos seus sucessores de vários procedimentos a seguir.
É importante frisar que no fólio 6 verso, faz-se alusão à Memória sobre quando e por quem se começou a fazer o Catálogo da Biblioteca. No mesmo fólio, faz-se referência à Memória manuscrita relativa à interrupção do trabalho de Catalogação.
Será ainda importante referir, que a partir do fólio 7, faz-se memória ao governo de D. Frei Patrício da Silva, Arcebispo Metropolitano de Évora.
O livro manuscrito termina no fólio 19, onde na margem direita se encontra a seguinte anotação: Relatório do Bibliotecário - A. F. Simões.,esta não se encontra na transcrição publicada no texto, onde se encontra ainda uma assinatura com o nome: Francisco Barata.
Fica aqui a transcrição do texto final, em exercício paleográfico, em que se denotou um erro quanto ao número da Folha do Sul, da publicação do relatório, e que se veio a confirmar em consulta ao dito periódico. Espanca refere ser no nº78, ao passo que no Livro se encontra o nº75, fica por saber se por erro de transcrição do autor se tipográfico.
[1] Em 1865 fez outro relatório ao governo o Bi
[2] Bliotecário Dr. Augusto Fillipe Simões
[3] Vem publicado na Folha do Sul do mesmo
[4] anno, números de 75 a 82
Ainda, no fólio 12 verso até ao fólio 15 verso, encontramos o relatório do Bibliotecário Joaquim Heliodoro Cunha Rivara, iniciado em 1845, antecedido no fólio 12 verso por memória da Circular do Ministério do Reino, legislando acerca do intitulado Relatório Estatístico Anual.
Assim no seguimento da obrigação da dita circular Cunha Rivara começa com a História da Biblioteca – artigo 1.
Como já se referiu, a partir de 1865, os relatórios começaram a ser publicados no jornal eborense Folha do Sul, já com o Bibliotecário Fillipe Simões, ficando em aberto, saber onde estão os relatórios de 1846 a 1864. Este relatório contém VIII capítulos.
Relativamente ao Livro das Actas e Memórias da Biblioteca Pública Eborense, como supracitado, é pena que não se encontre cotado, e que só graças à boa vontade do funcionário dos Reservados, se conseguiu ter acesso a este.
A partir da página 251 do texto de Túlio Espanca, encontramos o Inventário Dos Antigos Arquivos Da Câmara E Do Real Celeiro Comum de Évora, um aditamento ao artigo publicado pelo próprio, em 1949 na revista A Cidade de Évora. |