Abençoada distância,
Que nos deixa sentir sem sentido.
Pensar o real e o tempo dos verdes anos,
Onde os frutos continuam em flor,
E a lua banha apenas as nossas mãos.
Poderes chamar-me “Minha”
E o milagre acontecer.
Não desculpes o desejo de me teres contigo.
Deixa renascer o que nunca morreu.
Porque a distância rasgou todas as vestes e dissipou o nevoeiro,
Quero estremecer a cada palavra tua.
Abandona-te em mim em cada tecla.
Consigo imaginar o sussurro dos silêncios.
A distância é como um Deus que perdoa,
Não existe sequer pecado nas montanhas que nos separam.
Leio-te devagarinho,
Deixo-me possuir pelas palavras,
Cada vez mais intensas.
Pequenas frases,
Emoções que arrasam os olhos.
Voltar a ter segredos,
Apenas nossos.
Abençoada distância que nos une!
Helena Figueiredo
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