Prosseguiria: Ruas de Pequim, Noruega, Espanha,
Para Portugal ou Brasil.
(Falastrão).
Seria francês (oui!). Alhures.
Uma vez mais, direção oriente sul norte ou leste.
Sempre a dúvida. Assassino, santo, livre pensador.
Leitor de Beckett. Não leria histórias de carochinha.
Tinha que ler Beckett ou, para sempre.
Ser.
Leitor de Faulkner, Nietzsche, Kafka, Marx na próxima fila.
Bibliotecário, filisteu, amador da palavra exatidão.
Matemático autor de tratados vários.
Paralisado na esquina.
(o disperso).
O revólver na nuca. Para a esquerda ou para a direita. Na deriva.
Caminhar lento, seguro, cidade adentrando o mais fundo beco.
Da imunda varredura do lixo só lhe restava isto: o falo
aceso de um homem.
Sem tempo. A mulher e o peito
da mulher. Tudo pronto para o regalo.
O desejo secreto: que o revólver
disparasse por contrato. Teso como o falo
Do enforcado.
O outro, nessa pouca coragem. Ele na voragem. Bêbado já
no gargalo
Engasga com uma bala. Queria mesmo uma bicicleta,
o homem na esquina.
|
Denise Sampaio Ferraz. Olímpia (São Paulo, Brasil), 1963. Graduada em Comunicação Social (Jornalismo). Mestre em Teoria da Literatura pela UNESP de São José do Rio Preto (S.P). Prepara tese de doutoramento em Teoria da Literatura pela mesma Universidade sobre Clarice Lispector. |