O JARDIM NOS MITOS DA CRIAÇÃO DO MUNDO |
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INDEX | |||||||
Sumário PARTE II |
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Sumário |
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O texto que apresentamos constitui apenas e só uma primeira abordagem necessariamente incompleta e muito preliminar de um tema que pela sua vastidão e complexidade não é fácil de tratar. O nosso interesse nesta temática alicerça-se, como se poderá facilmente adivinhar, no Jardim do Éden fascinante elemento da narrativa bíblica do Génesis e uma referência obrigatória na cultura ocidental. O nosso objectivo era à partida o de procurar outros jardins eventualmente presentes noutras narrativas cosmogónicas e antropogónicas (explicativas da criação do Mundo e do Homem), antevendo a possibilidade de comparação entre as características dos diversos jardins, caso existissem e a possibilidade de relacionamento dessas características com o ambiente natural das sociedades de onde essas narrativas emergem. Porém, conforme verificámos, a presença de jardins na mitologia a uma escala mundial não é de forma alguma frequente ao contrário do que conjecturámos inicialmente e o Jardim do Éden enquanto paraíso primordial poderá constituir uma profunda originalidade da narrativa do livro do Génesis presente na Tora e Antigo Testamento, e implícita no Corão Na mitologia grega é conhecido o Jardim das Hespérides mas não se relaciona com a criação do Mundo e constitui apenas um apontamento na vastidão dos mitos gregos. Também a ninfa romana Pomona, consagrada aos jardins, de que trataremos brevemente, constitui apenas um breve apontamento numa vasta mitologia, não se relacionando com a Criação do Mundo. Já as árvores especiais como são a árvore da Vida e a árvore da Ciência do Bem e do Mal podem encontrar-se com relativa frequência nas mitologias, podendo salientar-se a árvore persa de Saena no meio do Oceano salgado Vourukasha, ou árvore mãe de todas as plantas cultivadas nos mitos cosmogónicos de algumas tribos da Amazónia. É de notar que nalguns mitos da antiga Mesopotâmia e Médio-Oriente e muito em especial nos mitos sumérios há aspectos que se assemelham fortemente à narrativa do Génesis. Neste também se encontram jardins embora não directamente relacionados com a criação do Homem. As referidas similitudes, de que trataremos brevemente, levam alguns autores a sustentar que a criação de Adão e a sua colocação no Jardim do Éden resultam da fusão de vários mitos mesopotâmicos, nos quais é igualmente possível encontrar uma plausível explicação para a criação de Eva «a que cria a vida» a partir de uma costela de Adão. Finalmente realçamos que assimilando paraíso a jardim ou melhor dizendo à natureza praticamente intocada, virgem e impoluta, os portugueses dando expressão ao velho sonho euro-medieval de encontrar ou recriar na terra o paraíso perdido, o redescobriram de certa forma nas Terras de Vera Cruz, identificando as terras brasílicas com um novo Éden terrestre. A procura de identificar o Brasil com um jardim de plantio divino é da conveniência da política colonial, dada a necessidade de ocupação de um vasto território mas a natureza correspondia ao sonho do paraíso redescoberto. Com efeito, a abundância prodigiosa da natureza sulcada por rios imensos, aliada a uma eterna Primavera e a uma aparência de eterna juventude ou grande longevidade dos nativos a que se poderá juntar a beleza e docilidade das nativas terão contribuído para a criação desta forte imagem paradisíaca. |
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Outros espaços da ciência no sítio: |
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Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense (ASMAV) - Guimarães |
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