LUIZ PACHECO (ainda...) RESISTE
Luiz Pacheco é um dos mais brilhantes intelectuais da história da nossa cultura – escritor, tradutor, epistolografista, crítico literário, polemista, editor – vive num lar em Lisboa os seus últimos dias de vida, (quase)cego, respondão, truculento e mau feitio.
É hábito que alguns dos chamados críticos literários o colem à imagem/rótulo de marginal, bêbado e qualificativos congéneres.
Algumas das suas obras fizeram e ainda fazem história.
Estão nas principais livrarias, em edições revistas e melhoradas – à espera que morra Luiz Pacheco.
Visito-o algumas vezes: muitas vezes vale pouco. Pacheco quase vegeta, entre deambulações patéticas pelo corredor do Lar, as suas bombas para a asma e as 23 doenças de que padece.
A entrevista que se segue é, seguramente, o seu último textemunho.
O texto contém palavras e expressões ditas obscenas, obviamente ditas pelo próprio, que Pacheco é mesmo assim, há muitas, muitas décadas.
Por isso semeou inimigos, em proporção porventura idêntica àqueles que o admiram, como eu, indepentendemente da vida errática e da postura afrontadiça e insolente que sempre foi a marca de àgua da sua forma de estar na vida.
Estou seguro da vossa compreensão – dos blogueiros(as) deste espaço e dos responsáveis do SOL.
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