Sobre a vidraça coberta de névoa, quantas vezes
é preciso escrever a ausência?
Página sulcada de mãos.
Andorinha – de salto em salto – contigo
regresso até à nascente.
Debaixo do arco convexo da ramaria
na planura, o riso dum camponês
antecipa a rudeza da subida.
Com eles me cruzo, na volta dos caminhos.
Minúsculos contactos que me dão
a sua silhueta.
O país mudou de língua, por estas veredas
quando às quintas se chega, um cão ladra
e disso me dou conta.
Palpitam as folhas duma planta – a ligeireza
de tudo o que a enquadra.
Zumbidos. Toda a noite. Insecto morto, afogado
no algodão da manhã.
Caminho que nos leva a esta trémula casa. |