Os poemas que aí vão foram extraídos do acervo que pelos anos fora, duma maneira inteiramente não sistemática, tenho traduzido por gosto pessoal.
Por gosto pessoal, sublinho. E muito forte dado que, sinceramente o digo, fujo a traduzir. Por duas razões principais: umas vezes a qualidade esplendorosa dos textos originais suscita-me problemas conceptuais do foro íntimo que me obrigam a deambulações por mundos que não foram feitos para o quotidiano habitual, o que me incomoda; doutras vezes, ao recordar determinadas traduções feitas por operadores pouco desembaraçados, a indignação e o desgosto assolam-me e fico muito mal disposto.
Digo com franqueza: nunca poderia ser tradutor profissional - e ante um livro de grande porte fico sempre admirado pelo esforço de quem traduziu e ainda mais se o fez com esmero. Neste caso sinto uma sensação de agradecimento.
Estes poetas gostei de os traduzir, tanto mais que são todos de língua castelhana – a língua que, a par do francês e do português, me fala mais ao coração em vista do seu poder apelativo e bem ancorado no universo da (minha) fala. |