Abramos a valise
Nela
desorganizadamente
a
carteira de identificação
imponderável ao destino
um
lenço que desliza
como
estes olhos severos
um
pente e uns cabelos a mais
preenchendo melhor o espelhinho
e a
marca de batom carmim
no
chiclé ainda fresco dos dentes
Pulam
dela as linhas férreas
e a
febre incompreensível ardente
do
arado nos pregões da Bolsa
um
senso de irrealidade
Pulam
dela, ainda, a música do fundo
um
recomeço que se perde
do
trampolim mais alto
mares
- mares onde viver além das pedras
e do
mesmo endereço
:
um lenço desliza sem despedidas
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