Diz-me
passarinho, de trinar ao vento,
alguém te enviou embalar-me a dor?
Cantas serenatas com tanto fervor,
que no meu regaço secou o desalento!
Prendeste
tuas asas às franjas do lenço,
que saudosa ponho, quando perco o norte.
Tem marcas de vida, mas a cor da morte,
Prendeste tuas asas, na esperança, que venço.
Nunca
saberei onde tens o ninho,
inútil desejo na cruz da jornada.
Já te sinto meu, doce passarinho!
E,
embora penosa seja a caminhada,
adormeço e acordo envolta em carinho,
de alguém que cantando, me fez sua amada! |