Abro
um livro e a janela.
Correm vocábulos e o murmurar da folhagem,
o dentro e o fora, a ilusão e a majestade .
Vislumbro a Nau Catrineta!
Sou menina, cosendo no laranjal!
Páginas de cor, sereias, Adamastor,
cabo das Tormentas…
Atormentam-me as raízes do carvalho, ramificadas,
um sangue que me sela a boca, os movimentos, o chão…
Só os olhos num vai vem, entre a janela e o livro,
entre o livro e a janela...
Ao mar! Ao mar!
Texto ondulante e o navio preparado…
e ali ao lado, num alfabeto sonoro,
aquele jardim suspenso, entre a serra e o luar,
O nu, o verde, o dourado, o imenso chilreado…
Ao mar! Ao mar, marinheiros!
Entre o sonho e a aragem,
ser raiz ou ser donzela,
fecho a janela. |