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4.2. Da parte dos autores de teologia moral |
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Que mais fizeram os cultores da teologia moral, durante este período? Não seria nada fácil nem cabe nas dimensões deste artigo fazer o balanço de toda a actividade deste sector, embora me pareça que muito do que apareceu neste campo se prendeu, se não directa indirectamente, com a referida polémica. Há que admitir, por parte da grande maioria dos autores, a vontade de superar o ensino de antes do concílio, aquilo que restava da casuística, de assumir, portanto, as perspectivas abertas do Concílio. Uns, mais na linha da OT 16, elaboram e defendem uma «ética da fé», enquanto outros se situam mais na perspectiva de uma consideração da moral como realidade autónoma. Mas sem oposições radicais. Portanto uns mais voltados para o que a fé dos cristãos traz de específico ao campo ético, os outros mais interessados em buscar, em diálogo com toda a gente, e especialmente atentos às ciências humanas, as soluções para os problemas, servindo-se da razão natural [a fé muito pouco nos diz, de facto], mas soluções aceitáveis na fé. Neste campo e neste período, deve mencionar-se a teologia da libertação, como uma releitura do cristianismo, a partir de um compromisso, social, político, logo, ético. Fica-se com a impressão, relativamente a essa teologia, de que ela significou mais uma opção de fazer teologia a partir de situações sócio-políticas muito concretas, situações de injustiça e exploração, no quadro latino-americano, mais uma intenção programática do que uma elaboração efectiva, original de uma nova teologia, liberta e libertadora. Mais uma promessa - promessa cuja fecundidade possivelmente ainda não se encontra esgotada- do que uma contribuição efectiva. Resta-lhe o mérito de ter imposto à atenção de todos, e de forma diferente, um conjunto de coordenadas, de contextos, de questões que interpelam a Igreja, a teologia e a maneira de fazer teologia. Ainda neste período, sobressai a grande figura pioneira de Bernhard Haering, o mestre redentorista alemão que, através de obras didácticas de grande vulto como A Lei de Cristo ( 1ª edição em 1954) e Livres e Fiéis em Cristo (1978) e de muitas outras mais pontuais se tornou uma referência de base. |
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