sei agora o que é a pedra
a nudez de um homem sobre ela deitado
mergulhado no coração do tempo
numa cidade sem homens e sem palavras
numa cidade completamente ausente
era um homem com um espelho dentro dos olhos
iluminando as trevas das ruas
e eu teimo abrir uma porta no escuro
com a sua luz tremenda
era um homem sem nome e sem idade
tombado na claridade
envolto em uma mão crescente
arrasta consigo uma palavra branca de aço
sobe os degraus dos meus poemas
com deus nos braços