senta-te agora aqui
ouve o poema em seu contínuo movimento
dentro dele há uma ave que sangra
posso pulsar nele ouvir o seu estrondo
sou um peixe cego que tropeça na luz
nado para um lugar fora da linguagem
neste lugar
as minhas mãos mergulham no sangue secreto da língua
consertam os sons feridos pela sombra da água
restauro-as então para um lugar de silêncio
ouço bater profundamente o poema dentro
é um arbusto
de
uma solidão terrível
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