ergo um peixe triste e uma casa para os amigos
que ardem na melancolia da minha infância e
falamos de espelhos e fogo tantas vezes
trazendo o mar para dentro das nossas bocas
os amigos procuram o calor azul num vidro quente
encerrados em seu próprio corpo de luar e ouro
mergulham durante a noite demoradamente
sob o olhar atento dos espelhos de guelras lilases
são da cor do mar os lábios e as suas vozes de vento
que deus quebrou há muito tempo para criar os deuses
trazemos então para cima do mundo o luar
e a cinza
gritando
lou
ca
men
te
o Nome dos nomes
dizemos
búzios algas sal
casas
ou outros sons de violinos aquáticos
incandescentes pérolas de aves azuis
peixes de neve
nas
frias águas
guardam-nos
os espelhos verdes
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