RENATO SUTTANA
Frutos

VI - Apresento-vos, pois: eis a banana

 

Apresento-vos, pois: eis a banana,
na sua forma própria, tropical;
dentro da casca a polpa inaugural,
e além da polpa a fonte de onde emana

maciez e odor numa mistura tal
que do açúcar ao tato a mão se engana
e o olho toma a nuança que a engalana
(seu agudo amarelo original)

por qualquer coisa de íntima, que envolve
não o corpo do fruto madurado,
mas o próprio dulçor que se resolve

em consistência e forma; ou como um dedo
que, erguido em riste para o não provado,
mostra também a terra e seu segredo.

 

FRUTOS

I - Estes frutos que o dia me oferece
II - Maçãs: não vos cantei como devia
III - Laranjas, de áurea cor que o olho medita
IV - Carne suave da pêra, que eu desvendo
V - Dorme – rugoso e espesso – o coração
VI - Apresento-vos, pois: eis a banana
VII - Uma festa de mangas em dezembro
VIII - Teus segredos não foram revelados
IX - O dia em vós se anima, em vossa chama
X - Abacate: entre tons de verde e escuro

 
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