São apenas três manchas brancas sobre as plantas do jardim
e outra azul mais pequena mesmo posta ao lado dum banco de tábua
E nós pensamos: uma para as saudades, a segunda para os remorsos
a terceira para os que tentam reter a tosse que os sufoca.
Mas a quinta mancha é cinzenta. E apesar de fria como um sobressalto
pesa-nos no peito, pesa-nos na memória e revolve-se
no ventre enquanto tentamos reflectir angustiados.
Uma lua e um sol estão sobre a silhueta de um animal morto
hirto, com estranhos círculos no lombo, os olhos cintilando
como alguém escondido numa viela cheia de lixo.
A vossa vigília durará até que os ramos se afastem
que o transeunte de acaso de repente caia de joelhos
ante a noite que chega, guardando um grito na garganta
e fale mansamente, olhando as árvores que desaparecem na luz. |