O.CADERNOS DO ISTA, 9
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EDITORIAL - FR. JOSÉ NUNES, OP | ||
O ano 2000 foi declarado pela ONU como o ano da busca de «Uma cultura para a paz». A Igreja, a muitos níveis, acolheu positivamente esta proposta, bem desenvolvida no Manifesto-2000 da Unesco. As conferências deste ano no Convento dos Dominicanos de Lisboa, que aqui damos a conhecer, abordaram também esta problemática, procurando perceber um pouco melhor, em primeiro lugar, qual a cultura em que nos movemos e quais os dados sociais, económicos, antropológicos e psicológicos com que temos de contar à hora da construção dessa ‘cultura para a paz’; em segundo lugar, perguntámo-nos pela possível pedagogia para a paz, pela viabilidade da não-violência e pela utopia do shalom bíblico. Propõe-se ainda a consideração da ‘conflitividade na Igreja’, não necessariamente como quebra de harmonia, comunhão ou paz. Fiquemo-nos com as palavras do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos a propósito do programa «Uma cultura para a paz»: «Reafirmando que, posto que as guerras nascem da mente dos homens, é na mente dos homens que devem erigir-se os baluartes da paz; tendo em conta que uma cultura de paz fomenta activamente a não-violência e o respeito dos direitos humanos, fortalece a solidariedade entre os povos e o diálogo entre as culturas, e promove a participação democrática e o direito ao desenvolvimento de homens e mulheres em pé de igualdade; considerando que uma cultura de paz é um processo de transformação integral e desenvolvimento institucional que tem as suas origens na interacção social e na tolerância, e que se expressa por meio dos princípios da liberdade, justiça, democracia, convivência pacífica e cooperação entre os povos; a ONU recomenda aos Estados que promovam uma cultura da paz baseada nos princípios enunciados na Carta das Nações Unidas e no respeito dos direitos humanos, a democracia, a educação para a paz, a promoção do desenvolvimento sustentado e a maior participação das mulheres, como perspectiva para prevenir a violência nas suas diversas manifestações». Fr.José Nunes, op |
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