EVOÉ |
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INDEX INSCRIÇÃO GRAVADA NO COBRE |
EVOÉ - EXPEDIÇÃO À CACHOEIRA |
Por causa da Pedra de Cobre, Pedro Couto, gerente do Museu Geológico da Bahia, pôs um carro com motorista à disposição das minhas pesquisas de arquivo e organizou uma expedição a uma das zonas do município da Cachoeira onde a literatura sugere estar a origem do bloco - margens do Rio Paraguaçu, freguesia de Santiago do Iguape. |
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Rio Paraguaçu, visto de Cachoeira |
Membros da expedição foram também Ival, o motorista, Solange de Ávila, museóloga, e Wilton Carvalho, caçador de meteoritos. A ideia era identificar o lugar onde os naturalistas andaram, no século XVIII e seguinte, a fazer pesquisas, em especial o porto ou o riacho Mamo- ou Momocabo. Em Santiago do Iguape vimos a chaminé de uma antiga fábrica, em ruínas, de que alguns pescadores disseram ter-se tirado muita coisa. Esse muita coisa seria material de construção. A zona é dominada, do ponto de vista paisagístico, pelos intérminos lençóis de canavial. Nesta extenuante verdura, que ora se alonga em plaino ora sobe outeiros suaves, não descobrimos nem o lugar verdadeiro de Galvão da Silva nem as escarpas precipitadas sobre o abismo descritas por José da Silva Lisboa.
Na Cachoeira visitámos o lindo sobrado em que vive o sábio em histórias da cidade, venerável ancião, senhor Francisco MeIo, que generosamente nos facultou a fotocópia de uma página do seu livro, História da Cachoeira, ainda inédito. Nessa página figuram algumas importantes notícias sobre os blocos de cobre, em especial a que levou à descoberta da memória de Vandelli de 1782. Se a expedição não foi bem sucedida quanto à descoberta de minas de cobre, ela teve sucesso quanto aos resultados documentais, de convívio humano, e de conhecimento dessa região admirável pela beleza e ternura dos nativos, por nativos entendendo sobretudo Wilton de Carvalho, Pedro Couto, Solange e Ival, a quem agradeço a honra com que me distinguiu o seu bom acolhimento. Happy end Em complemento da expedição à Cachoeira, integrada numa expedição turística na Baía de Todos os Santos, visitei também a ilha onde Manuel Galvão da Silva desembarcou, dizendo que nela havia uma mina de ferro formada em cós. É a Ilha dos Frades, habitada apenas por umas cinquenta pessoas. No alto, a capela de Nossa Senhora de Guadalupe. Em baixo, um diamante de respiração suspensa, engastado em poeira de cobre louro - água, areia, a praia - essa CulturaNatura que é a placenta do nosso deslumbramento.
Quer seja natural quer artificial, o bloco de cobre é um objecto extraordinário. Fernando Barriga, geólogo (comunicação pessoal) |
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Pedro Couto, Solange do Alívio e Wilton Carvalho, no sobrado do sr. Francisco Melo, historiador da Cachoeira |
Missão financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia |
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