teatro

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Prefácio
Cena. Personagem. Drama
Nota bibliográfica

A BOBA

Primeira insónia
Segunda insónia
Terceira insónia
Despertador

 

MARIA ESTELA GUEDES
A Boba

Colecção Teatro no Cordel, nº 4
Apenas Livros Lda, Lisboa, 2006

Terceira insónia

Miguéis –

“A corte inteira, com grande afluxo até de forasteiros, devia estar na cidade donde partiu o préstito para Alcobaça; as condições da marcha, longa de cem quilómetros, entre filas de naturais das terras que atravessavam, e que empunhavam círios acesos, previam uma época seca e amena, portanto nos meses de Primavera. Nunca se vira tal enterramento em Portugal e decerto no mundo.

É uma parada e não um mortório. Debaixo dos véus as mulheres trazem colares de granadas e de ametistas que pertenciam às viúvas do Salado. E riem baixo, fingindo o gesto mongo e dolorido.”
(Agustina Bessa Luís)


A batalha do Salado, a batalha do Salado! Só quiseste, como despojos de guerra, um rapazinho mouro de estirpe real. O herói da contenda, o grande rei D. Afonso IV, a dar espectáculo pedófilo nesta ilustrada assembleia. Meu Triceratops congelado, mas que pulha tão valente!

(Pausa)

D. Pedro mandou construir os túmulos e trasladar de Coimbra para o Mosteiro de Alcobaça os restos de D. Inês porque eu o aconselhei nesse sentido.

Foi um cortejo de arromba, só círios eram cinco mil. Os cavalos ajaezados a rigor, a corte a marchar em peso para o filme de terror. É que nem Drácula dá tanta volta ao estômago… Ora deixa ver: morreu ela em 1355, já uns bons seis anos haviam passado.

Mandaram limpar os ossos do resto das carnes e vestiram o esqueleto com rendas, sedas e manto de arminho. Muito perfumada, e muito incenso queimado à roda dela, para disfarçar. Pairava um cheirozito… Posou muito bem, a minha Inês. Sentaram-na num trono e D. Pedro ao lado, de mãos dadas. Exactamente como eu lhe tinha sugerido. E eu aos pés deles, a contemplar.

Por detrás do véu de renda que lhe cobria o crânio, via a caveira sem olhar, as órbitas vazias… O maxilar pendia ligeiramente, deixava perceber a falta de dois molares superiores, um de cada lado. Minha querida Inês, toda de branco, parecia um anjo! Tão bela aparência impressionava bem.

Nenhuma dessas mexeriqueiras de ofício poderia apontar-lhe defeito: que trazia sapatos cambados, que o vestido lhe assentava mal, ou que no cinto luziam poucas pérolas. Não, Inês, brilhavas como verdadeira noiva! A cerimónia foi um espanto, e tu, um assombro! O fedorzito é que incomodava um bocado…

(Pausa)

Depois, o rei pôs-lhe a coroa na cabeça e fez-me sinal para lhe beijar a mão. Durante um longo espaço fiquei agarrada aos ossos dela, a beijar o carpo, o metacarpo, as falanges, as falanginhas e as falangetas. Cobri-lhos de lágrimas, jurei que a amaria eternamente e tudo faria para que não fosse esquecida. A este sinal da Maria Miguéis anã, a nobreza fez bicha para lhe beijar a mão também. De lenço no nariz, e de trombas maiores que as dos elefantes de Aníbal, todos subiram a nave central da igreja para beijarem a mão do esqueleto.

(Pausa)

Sadomasoquismo, o gozo na dor, o amor e o ódio!

É esse o meu ceptro, é essa a minha coroa. Dou-vos gozo com o punhal da língua. E não só, e não só. A língua não serve só para bobagens, e às vezes querias chicote mesmo, chicotezinho no lombo, a ver se o molusco enrijava! Diz que minto, ó Tyrannosaurus rex! Não minto, mentiroso és tu, que faltaste aos mais sérios jurmentos: o da concessão de asilo político. Qual quê? Mal a mamã morreu, trataste de entregar os castelhanos que tinhas prometido acolher em Portugal, e de fazer extraditar Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves. O conselheiro Diogo Lopes Pacheco conseguiu fugir, foi para Avignon. Tanto que te avisou:

- D. Pedro, dai guarda a D. Inês, ameaçam-na de morte!

Aldrabãozito de merda. Até Fernão Lopes recusa dar-te mais louvores, depois de quebrada esta promessa.

E não mentiste quanto ao casamento com D. Inês? Dizem que mentiste para não teres de enfrentar o velho Afonso, mas não foi o rei quem várias vezes te mandou perguntar se estavas maridado com a galega ou se era essa a tua intenção? Porque, nesse caso, ele a honraria? Tu que respondeste, ó Cágado-leproso? Que não estavas casado, nem era tua intenção casar com ela. Canalha!

D. Afonso a honraria, apesar de a querer para ele. Andava atrás dela, não era nenhum segredo, um dia até foi apanhado a apalpar-lhe o rabo.

(Descalça-se, brinca com o sapato)

Borravas-te de medo do pai, príncipe Pedro! Tantas vezes tive de te abraçar como pude, e tu encolhias-te para me caberes nos braços; lambia-te como se fosses um cachorro acabado de parir, porque tremias, tremias como varas verdes, e os suores frios encharcavam de pânico os lençóis da cama. E como tu gostavas que te lambesse, derretias de gozo! Tanto como quando pegava no cavalo-marinho e te zurzia as costas. Só descansavas quando o sangue pingava no tapete. Noite em que me chamasses para a tua cama era noite dormida até ao almoço, passavam-te as insónias!

Mal porém sabias tu que o teu pai perseguia a dama porque eu o incitava, porque eu lhe zumbia às orelhas, porque eu lhe dizia que D. Inês vos cortava na casaca, e que convosco só dormia porque a príncipes e reis ninguém se pode recusar… E que cheiráveis mal da boca! E que fedíeis dos pés! E que tínheis tomates de merda! E que o resto menor era que o dedo meão, nem para o olho do sirtato servia!

Em política, não sabeis vós outra coisa, uns morrem e outros são galardoados só por causa de palavras.

(Mansamente)

Pedrinho, quando querias fazer uma repreensão ligeira a alguém, não me mandavas a mim com meia dúzia de bobagens da tua parte? Se fosse coisa mais feia, davas tu uma chicotada. E se fosse mesmo muito grave, ah, mandavas degolar o coitado ou a coitada.

Não foi por causa das palavras com que te emprenharam os ouvidos que mandaste matar aquele frade, como é que ele se chamava? O coiso, o… Pronto, não me lembro… Uma mulher debaixo de tortura acusa o frade de a ter violado, o que era mentira, e tu mandas meter o frade num cortiço e serrar o cortiço em duas ametades?

(Pausa)

E daquela vez em que te vieram contar que o bispo do Porto se metia na cama de uma dama de lustro? Usando do seu poderio, o bispo tinha ameaçado de morte o marido se abrisse a bocarra.

Assisti a tudo, com estes olhos que a terra há-de comer… Há-de comer, mas com calma. Morrer, sim, mas devagar, lá dizia D. Sebastião, em Alcácer-Quibir. Pois tu mandaste o bispo vir à tua presença, fechaste-o num quarto, obrigaste-o a despir-se. O bispo em pêlo, sem nada em cima a cobri-lo, nem mitra, nem alva, nem sapatos. Entende-se a humilhação do alto prelado, o seu castigo… Mas ó Pedrinho, para que te despiste tu também? Tiraste o gibão, os collants, a camisa, ficaste só em saio vermelho… De chicote em punho, pois andavas sempre com ele à cinta, mandas o bispo pôr-se a quatro, e desatas a fustigá-lo no rabo…

(Nega com o gesto)

Não o instiguei. Não tive nada a ver com esta. Agora que a tragédia da Castro fui eu quem a causou, lá isso…

Todo tu rebrilhavas de gozo, a atirares-te ao bispo do Porto. Uma chicotada no rabo e olhavas para mim, a ver se eu também gostava. Tremias, Pedro. Até te peidaste, babado…

(Pausa)

Eu, a anã, sou exibida ao público para que se riam das minhas anormalidades. Tão pequena, coitadinha! E aquela cabeçorrinha que ela tem… E os sapatos, tão esbeiçados, tão minúsculos…

Ficais fascinados a olhar para mim. Nem sabeis o que em mim é íman que vos atrai como ao ferro. Não sou igual a vós, não reproduzo os vossos valores, por isso segregais-me. Nem percebeis que também sou gente. Para vós, os anões são curiosidades, não são pessoas. Objectos que se exibem em frascos de formol nas secções de Teratologia dos museus de História Natural.

(Pausa)

Tantos monstros que conheci na corte de D. Manuel… Vivíamos em gaiolas, ao pé dos papagaios e dos macacos: anões, marrecas, atrasados mentais, outros nascidos sem pernas. Mais tarde, mas isso foi bem mais tarde, apareceu aí um tipo na Alemanha que nos mandava exterminar. Ah, és corcunda? Ala, para a câmara de gás! Era para não nos reproduzirmos, porque os filhos dos anões podem nascer anões, e ele queria uma raça de pessoas normalizadas.

E tu, Pedrinho? E tu, Afonso? E tu, Pedro de Castela, mais Cru ainda que os teus parentes de Portugal? Tu obrigavas a tua mãe, a formosíssima Maria, a assistir às tuas execuções! Degolavas na praça pública, pelas tuas próprias mãos. E querias que a tua mãe visse, querias que ela cheirasse o vapor dos corpos mutilados, caídos nas poças de sangue!

(Pausa)

Eu sou anormal. Ah, sim, eu sou um monstro. Eu sou o Monstro, quero a Bela… A bela norma, não me dizeis onde está ela?

E sou, sou um monstro, mas não por dizer monstruosidades. Sim por estar por detrás delas. Senhores, donzelas e cavalheiros, gentis macacos e meninos, eu, Maria Miguéis anã, ESTOU POR DETRÁS DE TUDO!

(Ouve-se o estrépito de louça a partir-se)

Tudo, menos aquilo… Ah, não, não tive nada a haver com isso. Acusais-me?! Apontais-me o dedo? Por Belzebu e seus cornos de ouro, estou inocente!

(Pausa)

É, apetece-me ficar por aqui… Por mim e não por ti… Por mim, que também sou gente. Por mim, que gosto e não gosto, de ti, dela, a Inês Colo de Garça e olhos ternos de gazela, e de vós, e de nós. Dizer “eu”! Eu, o animal doméstico, eu, o bibelot, eu, o brinquedo de damas e de infantes. Eu, a peça de mobiliário, eu, a que se deixa em testamento aos filhos. Eu, a que se exibe aos convidados para os espantar e fazer rir.

(Pausa)

Bobos, segréis e palhaços. Somos artistas da palavra. Toda a palavra nos é permitida, dizem. Cautela, cautela… Podemos, depois de dita a palavra, ser expulsos da corte, ou vítimas de mor tormento ainda. Eu tenho a liberdade de tudo dizer aos que o meu amo odeia, mas cortam-me a garganta, se não cumprir a mortífera função tal como ele espera.

Cago nela! Metam-na no…, metam-na no olho do sirtato, a vossa liberdadezinha de expressão!

(Pausa)

A rainha D. Beatriz, mulher de D. Afonso IV, minha antiga senhora, deixou-me trezentas libras em testamento, o que prova o quanto me estimava. Eu tinha-lhe sido oferecida por D. Pedro, que não quis mais mulheres em casa depois do casamento com D. Inês. E atentai, senhores, meninas, donzelas e cavaleiros – casamento houve só um, depois da morte dela. Casamento foi quando a trasladaram para Alcobaça, e como estátua jazente ficou reinando, a Colo de Garça…

Casamento com Inês foi só esse, embora Agustina, a cronista, fale de bigamia, e mesmo de trigamia, por D. Pedro ter casado com Inês antes de Constança…

E já antes, aos oito anos de idade, o Pedrinho se casara com Branca de Castela, uma acéfala. Uma anormalzita, rejeitada depois de consumado o matrimónio. Aos oito anos! D. Pedro tinha oito anos e garantem-nos que consumou o matrimónio! Com aquele supositório, ou com aquele molusco, isto se não foi com a pena dos cronistas que o casamento com Branca de Castela não ficou em branco…

Não, dessa vez não tive culpa nenhuma. Credo! Nem vi, não estava lá. Por amor de Deus…

(Pausa)

Foi depois desse tal consumado casamento, que vivi com D. Pedro. E depois com D. Pedro e D. Inês. Morávamos na Atouguia, lá para os lados de Peniche.

Ouvia-se o bichanar das rezas pelos cantos do paço, à noite. E o piar das corujas, e o coaxar trincante das rãs, na margem das ribeiras. Às vezes iam frades entreter-nos com a leitura de histórias santas. Na Primavera, apareciam os trovadores a declamar cantigas de amor e de amigo. E de escárnio, e de escárnio! Quando calhava virem bailadeiras, músicos e segréis, D. Pedro deixava-nos com eles e recolhia aos seus aposentos.

Como eram boas as tardes na Atouguia! A minha Inês bordava tapeçarias a ouro e D. Pedro acariciava a podenga que no dia seguinte levaria à caça do urso e dos perdigões.

Foi na Atouguia que D. Inês me ensinou a ler e a escrever. Mas oh!, senhoras, cavalheiros e meninos! Os livros ficavam tão alto, tão alto, que deles só alcancei as notas de rodapé!

(Pausa)

Por morte da rainha D. Beatriz, voltei à casa de el-rei D. Pedro, e por morte de el-rei D. Pedro ia ficando eu, Maria Miguéis anã, desempregada. Graças a Deus, tive a sorte de ser recolhida por Teresa Lourenço, uma galega com quem D. Pedro se tinha amantizado logo que D. Inês morreu…

Nos aposentos de Teresa Lourenço ensinei eu a ler e a escrever o filho dela e de D. Pedro, o Janica… Lembro-me tão bem do Janica, tão travesso, era mesmo endiabrado, o rapazito! Com uns olhos brilhantes como dois carvões em brasa. E quem diria? Pois o bastardo do Janica veio a ser dos reis de Portugal mais importantes, D. João I, Mestre de Avis!

(Pausa)

De então para cá tenho sofrido reveses e períodos de boa fortuna. É como calha. Assim atravessei os tempos, de D. João I a D. Sebastião, de D. Sebastião ao Ultimato, e do Ultimato ao fim da monarquia.

Na República recolheu-me um gajo simpático de Coimbra, Rosa de Carvalho, naturalista carbonário, que a outro carbonário me deu, Luz de Almeida.

De cambalhota em cambalhota, e de chiste em chiste, vim parar aos ficheiros secretos do Triplov. Muito tenho aprendido no Triplov! Tenho lido o que nunca esperei ler acerca dos meus antigos amos, D. Pedro e D. Inês!

(Ouve-se o estrondo de uma queda, a Miguéis presta atenção, depois nega com um gesto que tenha sido ela)

Bem se vê que não me conhecem. Se conhecessem, saberiam que foi por minha causa que D. Pedro ficou surdo. O que os cronistas escrevem, valha-me Fernando Lopes Graça! Um francês, Poizat, jura que aquele pedregulho tinha bom ouvido e que apreciava muito os instrumentos musicais.

(Faz voz de homem, e gagueja discretamente)

“Je t'embrasse, Brito, pour avoir, cette fois,
Si bien parlé du son musical de sa voix.
Mais tout chez elle, tout, créature bénie,
La démarche, les yeux, Ia voix, n'est qu'harmonie,
Et son silence même est parfois si touchant,
Qu'il a Ia résonnance et le rythme d'un chant.
(Alfred Poizat)

(Ri-se)

Todos sabem que D. Pedro, além de gago, não suportava a música. A música dava-lhe dores de cabeça, e não era só a pimba.

Instrumentos musicais, não os tolerava. Excepto as longas. Disso, sim, gostava. Tinha mesmo os seus trombeteiros favoritos, João Mateus e Lourenço Paulo, que o acompanhavam nas caçadas e em forrobodós nocturnos.

Numa daquelas suas noites de insónia tenebrosa, noites em que, nem embalado, eu o conseguia adormecer, D. Pedro mandou chamar o João Mateus e o Lourenço Paulo. E depois mandou chamar os criados, com archotes. Lá saiu a matilha pela noite aos urros e a dançar. Bem queria que eu fosse, que me levava às cavalitas! Ai, então eu estava tão quentinha na cama da Teresa Lourenço…

Foi um rebuliço. Gentes assomavam às portas e janelas, houve quem despejasse sobre os foliões os competentes penicos… Quando viram que era o rei, ficaram muito contentes.

É, o povoléu gosta de farras, de quem não olha a hierarquias. O povinho gosta de graçolas peidantes, por lhe darem a ilusão de que quem está em cima é igual a quem está por baixo. E D. Pedro também gostava de forrobodós com o Zé Povinho, e de julgar, sentenciar e executar sentenças no meio da rua. Isso dava-lhe a certeza de que quem estava por cima tinha direito a tudo.

E mais, e mais vos digo: nessa noite, o meu senhor não dormia porque eu o tinha aporrinhado com a lembrança do Afonso Madeira.

(Pausa)

O Afonso Madeira era seu escudeiro, um bonito rapaz, ainda mal a barba lhe despontava no queixo. Atlético, bom na caça, bom a manejar a espada, louro como um astro. Ele e D. Pedro eram unha com carne, iam juntos para toda a parte. Fernão Lopes não mentiu ao dizer que D. Pedro o amava mais do que podia dizer…

(Pausa)

Só pensavam em fornicar. O quê, a quem, não interessa. Uma vez até lhes disse:

- Senhores, dominai-vos! Vós fodeis qualquer buraco, um dia ainda a tranca deixais entalada na fechadura da porta!

(Pausa)

O diacho do rapaz, o Afonso Madeira, para o que lhe havia de dar? Embeiça-se pela Catarina Tosse, mulher do meirinho-mor, e mete-se na cama com ela. O marido vem logo fazer queixa ao Justiceiro.

- O que hei-de fazer? O que hei-de fazer? – soluçavas, de cabeça enterrada no meu regaço.

 - Corta-lhe os tomates, Pedro! – desafiei, ao ver um rei naquele estado, a chorar baba e ranho.

E não foi meu dito meu feito? Ainda os estou a ver, na praça do pelourinho. O Afonso Madeira de joelhos, o povo a pensar que o rei lhe daria o perdão, tantas lágrimas chorava! Mas não, D. Pedro seguiu a minha política. Limpou ranho e lágrimas à manga da camisa e mandou-o despir as calças. Todos viram os badalos do rapaz a tocar para a missa pela última vez. Ali, em assembleia geral, o carrasco pegou-lhe nos órgãos, e zás! De um só corte, mandou à vida os colhões do rapaz.

Britiande, Outono de 2006
estela@triplov.com
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