O Papel das Revoluções Coloridas na Luta entre Blocos Imperialistas

ANTÓNIO JUSTO


As chamadas revoluções coloridas são movimentos de oposição política que, na prática, resultaram na substituição de governos antiamericanos por regimes pró-ocidentais ou pró-OTAN… Recentemente, tentativas similares ocorreram na Bielorrússia, novamente na Geórgia e na Roménia.

Embora as populações tenham o direito de lutar por liberdade e direitos humanos, o financiamento estrangeiro de tais movimentos serve frequentemente interesses imperialistas, mas não o bem-estar dos povos.

Na era de Trump os conservadores mostram à luz do dia e descaradamente o que a esquerda socialista fazia hipocritamente à luz das velas da ideologia: união de interesses políticos com os interesses económicos de oligarcas da marca Musk, George Soros, etc…

…Esse conflito (de um lado e do outro) não é sobre liberdade ou direitos, mas sobre poder e controle geopolítico…

A guerra provocada na Ucrânia acentua uma divisão na Europa, impedindo-a de se posicionar como um bloco geoestratégico independente com interesses e prioridades próprias. Os EUA têm como objetivo enfraquecer tanto a Rússia como a coesão europeia, promovendo um cenário bipolar no qual o único rival de peso seria a China…

Sem o comércio livre com a Rússia e a China, a Europa enfrenta não apenas restrições externas, mas também concorrência interna entre os próprios parceiros ocidentais, o que limita o seu desenvolvimento conjunto e impede o surgir de um projecto verdadeiramente europeu…

A manutenção do poder no Ocidente não se dá apenas por meios económicos, mas também por controle psicológico das massas…

Diferentemente dos regimes mais autoritários da Rússia e China, onde o controle é explícito, o Ocidente opera com uma aparência democrática, mascarando a influência dos grandes blocos económicos e mediáticos.

A luta entre EUA, Rússia e China reduz a História comum a um jogo de interesses imperialistas. Em vez de promoverem cooperação global, as grandes potências travam batalhas por influência, dividindo nações e debilitando economias; deste modo uma política honesta do bem-comum é desvirtuada em favor de elites e governantes que garantem a sua posição social e o seu nível económico à custa do engano do povo.

A Europa encontra-se aprisionada no conflito geopolítico, perdendo assim relevância global, contribuindo para um mundo que permanece refém de uma lógica de dominação que coloca o poder acima do progresso humano.


António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9787

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