nem sempre as palavras chegam
encosto o ouvido
às páginas do livro que nunca escreveste
e sei que és um búzio
ao
anoitecer
mando-te mil recados pelas lâminas do vento
da tua boca brota uma fonte
digo amo-te e às vezes a memória
é onde os pássaros não voam
nem sempre as palavras chegam
para levar as estrelas aos teus olhos
nem eu sei dizer o teu nome
maria azenha
2005,julho,lisboa
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