“Quando morrem, os homens — cantam”
Velimir Khlébnikov
“Quando uma borboleta
batia suas asas
forte demais, gritavam-lhe:
Silêncio, por favor!”
Tymoteusz Karpowicz
“me aterrorizam monumentos”
Vasko Popa
Elipse — assoalho abaixo; — tremendamente
Subumano — pestífero — múltiplo se agrava.
A garra rasga — rói sob os pés — mais tapume;
Os pregos enferrujam — fecham-se as janelas:
Tapa o buraco — cobrem-se as frestas — tudo.
As saídas trancadas — e os donos do mundo
Choram — lenços roídos — assim não há solução.
Poemas do livro "Líquen"
Bruno Prado – Poeta e jornalista paulistano, 26 anos. Atualmente trabalha com planejamento estratégico para uma consultoria. Publicou O Homem Invisível, na antologia (Vários autores) O Conto Brasileiro Hoje. São Paulo: RG Editores, 2005. Trabalha para a edição do Líquen, primeiro livro de poesia.