Tempos atrás – mais exactamente em meados de 2015 –
uma bela surpresa chegou até mim: depois da troca de alguma
correspondência com o nosso confrade Walter Grosse, eu recebia pelo
correio a sua obra mais destacada, um livro no qual era finalmente e sem
lugar a dúvidas descriptada a real identidade do adepto alquimista que o
público ledor e culto conhece pelo pseudónimo de Fulcanelli.
Walter Grosse, hoje mundialmente considerado o “Champolion
de Fulcanelli”, após ter procedido a rigorosas e aturadas
investigações levadas a efeito nos arquivos franceses e depois de as
cruzar com outras de índole biográfica e, mesmo, esotérica e iniciática,
dava aos investigadores e especialistas e ao público em geral o nome e o
retrato autêntico e o vero perfil do Mestre sob cujo
nom de guerre saíram a lume os
canónicos “As moradas filosofais” e “O mistério das catedrais”.
A este assunto irei voltar futuramente. A seu tempo.
Agora, o que eu quero dizer-vos é que tenho sido um sujeito bafejado pela
sorte. Pelo menos no capítulo das surpresas…intelectuais, de cunho
simbólico e poético. Com efeito, ao receber há dias, nestes meados de
2016, uma das publicações que o dinamismo de Carmo Vasconcelos e Henrique
Lacerda Ramalho dão a lume (no caso vertente a “EISfluências”,
a outra é a “Fénix”) deparei a
dado passo com uma “Ode ao Vinho”,
magnífico poema de Patrick Cintas – que não conhecia – numa pulcra
tradução do nosso confrade Oleg Almeida, hoje brasileiríssimo de Brasília
tendo nascido na Bielorússia.
Pondo-me em campo, palavra puxa palavra, fui depois recebedor de outras
traduções a carácter, no caso vertente feitas sobre belos poemas de
Philippe Tancelin.
São esses poemas dos dois autores que agora aqui vos deixo, para alguns
minutos de, suponho eu, excelente degustação e comprazimento!
Recebam o firme abraço de estima do vosso
ns
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Nicolau Saião –
Monforte do Alentejo (Portalegre) 1946. É poeta, publicista,
actor-declamador e artista plástico.
Participou em
mostras de Arte Postal em países como Espanha, França, Itália, Polónia,
Brasil, Canadá, Estados Unidos e Austrália, além de ter exposto
individual e colectivamente em lugares como Lisboa, Paris, Porto,
Badajoz, Cáceres, Estremoz, Figueira da Foz, Almada, Tiblissi, Sevilha,
etc.
Em 1992 a
Associação Portuguesa de Escritores atribuiu o prémio Revelação/Poesia
ao seu livro “Os objectos inquietantes”. Autor ainda de “Assembleia
geral” (1990), “Passagem de nível”, teatro (1992), “Flauta de Pan”
(1998), “Os olhares perdidos” (2001), “O desejo dança na poeira do
tempo”, “Escrita e o seu contrário” (a sair).
No Brasil foi
editada em finais de 2006 uma antologia da sua obra poética e plástica
(“Olhares perdidos”) organizada por Floriano Martins para a Ed.
Escrituras. Pela mão de António Cabrita saiu em Moçambique (2008), “O
armário de Midas”, estando para sair “Poemas dos quatro
cantos”(antologia).
Fez para a
“Black Sun Editores” a primeira tradução mundial integral de “Os fungos
de Yuggoth” de H.P.Lovecraft (2002), que anotou, prefaciou e ilustrou, o
mesmo se dando com o livro do poeta brasileiro Renato Suttana “Bichos”
(2005).
Organizou,
coordenou e prefaciou a antologia internacional “Poetas na surrealidade
em Estremoz” (2007) e co-organizou/prefaciou ”Na Liberdade – poemas
sobre o 25 de Abril”.
Tem colaborado
em espaços culturais de vários países: “DiVersos” (Bruxelas/Porto),
“Albatroz” (Paris), “Os arquivos de Renato Suttana”, “Agulha”, Cronópios,
“Jornal de Poesia”, “António Miranda” (Brasil), Mele (Honolulu),
“Bicicleta”, “Espacio/Espaço Escrito (Badajoz), “Bíblia”, “Saudade”, “Callipolle”,
“La Lupe”(Argentina) “A cidade”, “Petrínea”, “Sílex”, “Colóquio Letras”,
“Velocipédica Fundação”, “Jornal de Poetas e Trovadores”, “A Xanela” (Betanzos),
“Revista 365”, “Laboratório de poéticas”(Brasil), “Revista Decires”
(Argentina), “Botella del Náufrago”(Chile)...
Prefaciou os
livros “O pirata Zig-Zag” de Manuel de Almeida e Sousa, “Fora de portas”
de Carlos Garcia de Castro, “Mansões abandonadas” de José do Carmo
Francisco (Editorial Escrituras), “Estravagários” de Nuno Rebocho e
“Chão de Papel” de Maria Estela Guedes (Apenas Livros Editora).
Nos anos 90
orientou e dirigiu o suplemento literário “Miradouro”, saído no
“Notícias de Elvas”. Co-coordenou “Fanal”, suplemento cultural publicado
mensalmente no semanário alentejano ”O Distrito de Portalegre”, de Março
de 2000 a Julho de 2003.
Organizou, com
Mário Cesariny e C. Martins, a exposição “O Fantástico e o Maravilhoso”
(1984) e, com João Garção, a mostra de mail art “O futebol” (1995).
Concebeu,
realizou e apresentou o programa radiofónico “Mapa de Viagens”, na Rádio
Portalegre (36 emissões) e está representado em antologias de poesia e
pintura. O cantor espanhol Miguel Naharro incluiu-o no álbum “Canciones
lusitanas”.
Até se
aposentar em 2005, foi durante 14 anos o responsável pelo Centro de
Estudos José Régio, na dependência do município de Portalegre.
É membro
honorário da Confraria dos Vinhos de Felgueiras. Em 1992 o município da
sua terra natal atribuiu-lhe o galardão de Cidadão Honorário e, em 2001,
a cidade de Portalegre comemorou os seus 30 anos de actividade cívica e
cultural outorgando-lhe a medalha de prata de Mérito Municipal.
Blog : Ablogando, em:
http://ab-logando.blogspot.pt/ |