Na noite gelada, os mitos nascem, o céu respira
uma tranquilidade imensa, os sinos tocam
e os anjos sussurram-me a imperfeição terrena.
Nela escrevo as minhas odes brancas.
No silêncio do mundo, as lareiras acendem-se,
as velas ardem e as estrelas cobrem as casas,
as árvores, as renas, as luzes de Belém.
Terna é a respiração das coisas.
Entre a neve e os murmúrios, os pinheiros imensos
acendem-se, o sol esconde-se, uma chama vela,
e a vida descobre-se, no frémito, nas nuvens,
num sorriso de lágrimas.
Talvez os anjos me soletrem, algures, na noite,
a fonte de luz e silêncio,
onde a vida passa, irrepetida e leve, nesse país,
aurora boreal, obscura,
cadência de música, segredo brilhante
de poemas antigos,
.................................cantados, em odes de Natal. |