No prefácio a este livro — que Miguel Roza (1) considera Jardins Imperfeitos, mas de poesia perfeita —, José Fernando Tavares considera este livro:
“o corolário de uma vontade criadora iniciada com O RUBRO DAS PAPOILAS.”
Fernando Dacosta, durante o lançamento da obra, na Casa Fernando Pessoa, define JARDINS IMPERFEITOS do seguinte modo:
“Jardins Imperfeitos é um livro de pequenas coisas, e isso torna-o, para mim, verdadeiramente irresistível e apaixonante, depois de se entrar no seu universo e de se cumpliciar a sua respiração. semi-velados mas incólumes, semi-diluídos, mas não inexistentes, os sentimentos, os gestos, ganham nesta obra uma luz e uma memória de singularíssima repercussão interior e uma significação nova em quem os compartilha. O poético, o mar, o mágico, o feminino, o lírico, o religioso (no sentido religador), o fantástico, o profético, que são características da grande literatura portuguesa, atingem, em Jardins Imperfeitos, e nos vários livros da Maria do Sameiro Barroso, uma respiração nova e um significado muito especial.”
“Sábia, a Autora pega como que na roca e no linho, ou seja, na caneta e no papel, e, com a perversidade dos iniciados, desdobra, dobra sínteses, inquietações, perturbações. O seu tecido é paciente; ponto arrematado, ponto recomeçado.
Este livro lê-se, ora de forma refrescante e acolhedora, ora de forma inquietante e cruel. A palavra é semeada, vigiada com minúcia, com dor e com humor. A sua seiva fica, para sempre, em nós.”
Sobre Maria do Sameiro Barroso refere: “faz parte daquele grupo de eleitos que, normalmente, chegam adiantados ao tempo que lhes coube viver, às épocas, às mentalidades, aos sentimentos, às modas”; “É evidente que só essas pessoas realmente transformam o seu mundo (...)”. “É uma voz muito curiosa, muito original (...)”; é uma das “pessoas de grande talento que trazem e antecipam o futuro”.
“Herdeira de linhas riquíssimas, das grandes linhas poéticas da nossa literatura, como disse atrás, penso que, pelas mesmas águas de Pascoaes e de Natália Correia, conhecedora da literatura germânica, a Autora soube afirmar-se pelo domínio da sua escrita, pelo domínio do seu ritmo, pela subtileza da sua inquietação, constituindo já uma voz de referência.
Boa conhecedora da natureza humana, ela sabe dos caminhos para si e das entrelinhas para os outros. Faz um jogo muito subtil e com grande efeito, de fingir que se desoculta para melhor se ocultar, fingir que se revela para melhor cumpliciar aqueles que a lêem. Um dos melhores poemas deste livro As ruínas do sol, acho que fica-nos como um símbolo magnífico deste livro e da poesia e do imaginário da Autora.”, conclui sobre a poesia de Maria do Sameiro Barroso.
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Maria do Sameiro Barroso é licenciada em Filologia Germânica e em Medicina e Cirurgia, pela Universidade Clássica de Lisboa. Exerce a sua actividade profissional como médica, Especialista em Medicina Geral e Familiar.
Em 1987 iniciou a sua actividade literária, tendo publicado livros de poesia e colaborado em antologias e revistas literárias. A partir de 2001, a sua actividade estendeu-se à tradução e ensaio, tendo publicado, em revistas literárias e académicas.
Em 2002 iniciou a sua actividade de investigadora, na área da História da Medicina, tendo apresentado e publicado trabalhos, nesta área. |