Os peixes sorriem quando as algas se encantam com os corais
o amor é verso de pé quebrado
recitado
na beira do abismo
e os mortos invejam os corações dos peixes
Os grilos cantam canções elétricas ao sexo entre constelações
amor é sexo cósmico
pronunciado
no umbral do impossível
e os mortos invejam os corações dos grilos
Cigarras soam o amor dos deuses nas tardes de verão
deuses se amam indefinida e ternamente
o amor dos deuses é inconseqüente
e os mortos invejam os corações dos deuses
poetas se deslumbram com o coração do mar que encontram no rosto da menina
o coração do mar bate o amor do cosmo
a menina tem olhos de nereida
sorriso de lua cheia
e os mortos invejam a alma dos poetas
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