Um texto com um título tão ambicioso necessita de uma explicação preliminar de modo a não iludir os seus leitores sobre os seus propósitos. Com efeito, sobre cada um dos conceitos que formam o título que aqui proponho, vários livros (milhares deles, certamente, no que se refere aos dois últimos vocábulos) já foram publicados e lidos em todo o mundo ao longo do tempo.
O Movimento da Auto-organização (AO) tem sido divulgado em Portugal sobretudo nos últimos dez anos, mas a compreensão dos fenómenos de aprendizagem-educação à luz deste modelo epistemológico tem ainda um sabor a novidade; a criação de uma identidade pessoal que se fosse construindo num processo educativo emergindo deste paradigma é algo que, tanto quanto sei, nunca foi explicitamente abordado. Tal é o que me proponho fazer, ainda que não possuindo obviamente a veleidade de esgotar um assunto tão rico; gostaria antes que este texto fosse entendido como um “estudo exploratório”, para usar um termo usual nas ciências humanas. |