O Jardim dos Frades – |
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Segundo tempo: O nome é a primeira verdade das coisas? |
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“On voudrait remonter à la source des choses et retrouver les souvenirs qui s’y cachent.”(1) |
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As designações utilizadas em relação ao nosso espaço fadado - “jardim dos frades”, “horta dos frades”- mobilizaram-nos numa procura sobre a “verdade” dos nomes. Seguimos as histórias da tradição oral ao longo do nosso percurso pelas linhas de água, abundantes no local. Se conhecer implica abdicar do êxtase da velocidade (hoje corporizado na velocidade associada à transmissão de informação) é altura de fazer o elogio da lentidão. Qual o valor das histórias que ouvimos? (Ilustração 10) Tempo de refrescar os pés na Fonte do Abade. Mas eis que ao vermos as pernas na água elas parecem quebradas. É a refracção da luz, que também ela nos transporta para a Idade Média. Descartes e o célebre pau quebrado leva-nos para uma reflexão sobre o papel dos sentidos na construção do conhecimento. A visão parece dizer-nos que a perna está quebrada mas apalpando a perna ficaremos a saber que não é o caso. Será o tocar um sentido superior ao ver? Descartes dá-nos a resposta afirmando que o que está em jogo é o papel da razão que tão bem sabe gerir a que sentido deverá dar mais valor em cada momento. Se dermos agora um salto para outro tipo de paisagens do nosso tempo– paisagens de átomos – e ouvirmos as histórias do físico von Bayeer poderemos apreciar como para além do pensamento formal (muito matematizado) os próprios físicos precisam de recriar uma relação sensual com os átomos: “The sense of touch afforded by the magic wrist provides the ultimate confirmation of reality (of the atoms).”(2) Aspecto que não parece importar Newton na visão do William Blake (ilustração 11), insensível aos musgos, às pequenas plantas que se estendem sobre a rocha e que dão vontade de tocar. “Le moment est venu d’habiter le monde enfin, et de rendre la conscience à l’émotion de sa présence” (3) (Ilustração12) |
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Notas | |||||||
(1) H. Pena-Ruiz, Le Roman du Monde – Legendes Philosophiques, 96
(2) Von Baeyer, Taming the Atom, 84 (3) H. Pena-Ruiz, Le Roman du Monde – Légendes Philosophiques, 403 |
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Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense (ASMAV) - Guimarães |
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