O JARDIM GNÓSTICO DO ÉDEN
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Notas | ||||
(1) Valentim, o mais importante Mestre gnóstico, dizia-se discípulo de Paulo. Por sua vez, Marcião de Sinópe, Mestre gnóstico do século II, atribuía a Paulo de Tarso a categoria de único conhecedor verdadeiro do autêntico pensamento cristão … gnóstico. Marcião estabeleceu, mesmo, um novo cânone para a Bíblia Cristã, em que excluía todo o Antigo Testamento e em que do Novo Testamento só aproveitou o Evangelho Segundo S. Lucas e dez Cartas de Paulo. Ainda assim, quer as Cartas quer o Evangelho de Lucas foram algo depuradas e acrescentadas de interpolações tidas como necessárias, no que não fez mais que seguir aquilo que ocorreu com a própria versão proto-ortodoxa dos Evangelhos. Contemporaneamente, a interpretação gnóstica de Paulo realizada por Marcião é, com tematizações e profundidades variadas, seguida e justificada por vários autores, de que os mais conhecidos são Helaine Pagels, com o seu Gnostic Paul - Gnostic exegesis of the Pauline letters e Hans Jonas, no seu The Gnostic Religion – The Message of the Alien God and the Beginnings of Chistianity. (2) A analogia consiste na explicação de uma relação desconhecida (o tema) a partir de uma relação conhecida ou, pelo menos, mais conhecida ou mais “familiar” (o foro). Mas, para que isto possa ocorrer, como refere Chaïm Perelman no seu “O Império Retórico”, “é necessário que os seus domínios não sejam homogéneos” (1993: 129). A não homogeneidade entre o tema e o foro é que torna possível a analogia e lhe consente verdadeira força retórica. No entanto, esta falta de homogeneidade sempre “põe em evidência certas relações e deixa outras características na sombra” (Ibid.: 131). (3) A autopoiesis é aquele princípio pelo qual um sistema biológico se faz sistema, i.e., se afasta do meio ambiente e auto-produz como diferença sistémica. Um sistema autopoiético (um sistema biológico por antonomásia) “sofre” de clausura operacional e determinismo estrutural. Clausura operacional no sentido em que é estruturalmente fechado (auto-reproduz-se em ordem à manutenção de si mesmo, das suas estruturas) e determinismo estrutural no sentido em que todas as perturbações externas são reordenadas, sempre, em ordem à manutenção da sua identidade sistémica, não autorizando, na verdade, uma distinção real entre mundo interno e externo - Teixeira, Francisco (2000) “Autopoiesis e Identidade Pessoal” in Teixeira, Francisco (Org.), Identidade Pessoal – Caminhos e Perspectivas, Ed. Quarteto, Coimbra. (4) A edição usada para a leitura e citação destes textos, salvo nota em contrário, será sempre a da “Biblioteca de Nag Hammadi, I, II e III”, Ed. Ésquilo, Lisboa, 2005, traduzida e comentada por António Piñero, José Montserrat Torrents e Francisco Garcia Bazán, referenciada como BNH, seguida pelo respectivo volume (5) “Deformação da palavra hebraica semel, que a partir de Ezequiel (cf. 8,3-6) designa o ídolo antagonista de Yahvé (‘semel da inveja’)” (BNH: 348) |
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