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JOSÉ CASQUILHO & SÉRGIO BARRETO
O sândalo branco

Introdução

Esboço histórico do sândalo em Timor-Leste

Características do sândalo branco

Perspectivas de futuro

Perspectivas de futuro

O sândalo branco poderá vir a tornar-se um factor de desenvolvimento económico sustentável em Timor-Leste. Para tal basta induzir uma acção programada e continuada de instalação de povoamentos experimentais. O Governo da RDTL já iniciou este programa com a instalação no ano de 2003 de 6 hectares no distrito de Covalima e de 11 hectares no distrito de Bobonaro com uma percentagem de 70% de sucesso, ao fim de um ano. Também a Missão Agrícola Portuguesa nos viveiros da Quinta de Portugal em Aileu e em Gleno produz dezenas de milhar de plantas de sândalo, infelizmente muitas mortas por acção de doenças. Outras instituições e ONGs também dispoem de viveiros onde se propagam sândalos.

Nas regiões mais desertificadas propõe-se seguir a sugestão de Ralan (1): lançar grandes quantidades de semente pré-tratada de lantanas (Lantana camara), por via aérea, uma espécie particularmente adaptada a regiões semi-áridas, que fixa o solo e também constitui matéria para lenha, caso se pretenda esse aproveitamento. Após um ano, nos sítios onde ficou bem instalada, semeia-se sândalo. Também se pode acrescentar uma leguminosa fixadora de azoto, seja a Leucoena glauca (ai-cafe) ou a Sesbania grandiflora (ai-turi).

Venkatesan (2) refere que a produção média de cerne de sândalo por hectare na Índia ronda os 0.6 kg por ano e afirma que tal valor poderia ser aumentado facilmente para a ordem dos 100 kg. Se usarmos a estimativa de 0.6 para Timor-Leste e admitirmos que 10% da área da RDTL poderia vir a ser recuperada para matos de sândalo branco, teríamos cerca de 1500 km2, ou seja 150000 hectares a que corresponderia uma produção global de 90 toneladas por ano. No entanto, se usarmos uma estimativa de produção de 5 kg por hectare e por ano então a produção sustentada atingiria a ordem de grandeza das 750 toneladas por ano, um valor que teria impacto no desenvolvimento económico da RDTL, comparável aos máximos valores exportados noutros tempos.

Notas

(1) B.K.C. Rajan: Some Observations on the Regeneration and Growth of Sandal [RARMS;1995:103-105]

(2) KR Venkatesan: A Fresh look at the Management of Sandal [RARMS;1995:231-245]