No ano de 1938, Marcelo Caetano realizou uma viagem aos arquipélagos dos Açores e da Madeira com o objectivo de colher elementos para a elaboração de um estatuto político-administrativo que o Estado Novo pretendia aplicar nas ilhas. Dessa viagem, resultaram, pelo menos, os dois documentos que se publicam. Na carta particular ao Ministro do Interior (doc. 1), tece considerações sobre a vida política na Horta, no seio da União Nacional, bem reveladores dos conflitos que existiam para o controlo desse organismo. No relatório oficial (doc. 2), analisa a situação político-administrativa, económica e social, apresentando propostas que acabariam por ser incluídas no estatuto de 1940. A leitura do documento permite compreender não só as diferenças entre os distritos mas também a filosofia subjacente ao modelo de administração, centralizador, que vigorou nos arquipélagos no regime de Salazar.
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