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MARIA AZENHA
"Quase sempre estou cega"
 

INDEX

quase sempre estou cega
meu coração
nada nos falta
lembro-me do mar
É Outono, como sabes

 

É Outono, como sabes

É Outono, como sabes.
O chão forrado a vento e ouro
eterniza a última estação
resumida pelo Sol
sobre os meus ombros.

No chão há uma rosa que ninguém conhece.
Essa não sou eu.

No meu colo há um berço.
Junto a ele, o teu nome de neve
percorrido pela música
de Vénus.

Vê.
Dá-me a tua mão.

É tudo quanto eu peço.

 

maria azenha

2006,out,18,Lisboa