venda das raparigas . britiande . portugal . abertura: 2006

Cícero Pedrosa Neto, Ernesto Feio Boulhosa,
João Paulo de Oliveira
& Raphael Gomes:

RITOS MORTUÁRIOS -
As Pompas Fúnebres na Maçonaria

SUMÁRIO

Agradecimentos
Resumo
Introdução
Da Maçonaria
Da concepção de Morte para os maçons
Do Ritual Mortuário
Conclusão

Da concepção de Morte para os maçons

Sendo a Instituição Maçônica uma Ordem Iniciática, portanto detentora de axiomas próprios, configurando-se tal qual um estamento; possui uma concepção assaz particularizada sobre o “grande mistério” da morte.

Conforme Bayard, a analise da Morte pressupõe antes uma análise da Vida. Para o Maçom, conforme já foi dito neste trabalho através das palavras de José Mattias Lopes, a vida resume-se a um constante aperfeiçoamento, um labor que visa o melhoramento do ser in terrae, não estando desta forma, o homem, fadado a permanecer perpetuamente neste plano corruptível.

Desta feita, a morte para a Maçonaria é, senão, uma passagem, uma transferência de um plano corrupto para uma vida post mortem em um plano maior, junto à perfeição divina, transferência esta que sugestiona o câmbio do status do morto, colocando-o na esfera do sagrado, o que nos remete, analogamente, às concepções judaico-cristãs, conforme explicita o Ritual de Pompas Fúnebres do Rito Adonhiramita em citação de Job:

“Nós ouvimos, sombra cara, as tuas queixas e teus suspiros, dirigimos-te estas palavras ternas e consoladoras. Está escrito que seremos revestidos de uma carne incorruptível no seio da Glória, que então veremos o Pai, o Criador de tudo que respira; nós O contemplaremos com os nossos olhos despidos de qualquer emblema.”

Este lugar imaculado, habitáculo dos maçons já falecidos chama-se maçonaria celeste, que é uma espécie de loja regida diretamente pelo Grande Arquiteto do Universo, o Senhor dos Mundos, Pai da “perfeição” tão almejada pelo maçom em vida.

É certo que estas concepções de morte são propostas a fim de se obter um tipo de universalização no qual se contemple todo tipo de credo, posto que, como já foi colocado, a maçonaria é uma instituição laica, ou seja, sem grilhões dogmáticos, o que implica que seus membros já possuem seus credos advindos de sua vida extra-maçônica.

 
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