CARLOS MACHADO ACABADO
 
 
 
De um não-Alexandre Onírico II
De um não-Alexandre Onírico
UMA ANTÍGONA “EM FORMA DE ROSA”
—algumas reflexões pessoais sobre a “Antígona Gelada
de Armando Nascimento Rosa encenada por João Mota
2009

ACTOS DE COLAGEM - PDF

Biografia
"Quem és tu?" - um filme de João Botelho
"O cavaleiro e o anjo", de José Afonso
COLAGENS
 
O conquistador
Um acto de colagem
EXCERTOS DE UMA ENTREVISTA IMAGINÁRIA AO JORNAL “O INEXISTENTE” DO AUTOR DE “LA JEUNE VILLE”, “TODOS SOMOS HAMLET” E “À LA RECHERCHE D’UN LANGAGE COMMUN” 
Our town variations
 
Sobre o Acordo Ortográfico
 
 
COLAGEM, MEUS BRAVOS!
A Palavra Apelava...
Colagem, meus bravos!

Carlos Machado Acabado (n. 1945), lic. em Filologia Germânica. Professor efectivo do ensino secundário (apos.). Ensaísta ("Seara Nova", "O Professor", "Jornal da Educação", etc.), artista plástico (presente em diversas exposições: Bienal de Artes Plásticas da Festa do "Avante", exposições individuais, colectivas, etc.). Tradutor.

“A colagem é não só Arte como a inteligência e o entendimento da Arte por excelência”.

Porque o afirma o Autor? Porque, segundo ele, se trata da única forma de expressão artística em que o ponto-de-vista do observador (e nesse sentido, ele mesmo, observador…) se convertem em parte integrante, indissociável do próprio objecto homenageado: uma única realidade no momento angular do tributo ou da homenagem estética e cognitiva em geral.

No momento angular da crítica.

Do instante vertic(i)al do juízo.

Na colagem (dessa magnífica Hanna Höch ao absoluto Picasso) passou, devido justamente ao (excelente!) motivo em causa, (objectivo supremo de expressão e fruição!) a ser virtualmente impossível distinguir o ‘objecto’ do respectivo ‘sujeito’—e vice versa (“Transforma-se o amador” e por aí fora...).  

Por isso exactamente, pareceu ao Autor indispensável cunhar dois novos vocábulos a fim de referir cada uma dessas entidades (ele e o seu juízo comprometido: ‘engagé’ sobre as coisas) de modo a exprimir, com o maior rigor possível, os novos papéis que ambas essas entidades desempenham no contexto do acto, com a “invenção” da colagem, (finalmente) mágico—ou finalmente fusorde olhar.

Refiro-me aos termos “objeito” e “subjecto”: uma obra que se deixa lucidamente penetrar e invadir, desse modo ideal, pelo olhar apropriador e (na melhor das hipóteses) ‘inteligentemente apaixonado’ de alguém é, pode dizer-se, o “objeito” perfeito, ideal, desse olhar: a função ou a vocação naturais do mesmo. 

Já este, ao fazê-lo, se converte (levando consigo, no acto, o indivíduo que o suporta ou medeia) no “subjecto” ‘exacto e modelar da sua própria admiração e respeito’.

Uma colagem é, pois, no limite, é uma maneira exemplar, fácil (e quase perfeita) de (desapare)cer.

                                                                              Carlos Machado Acabado