Ai flores, ai flores da cor perdida
Dizei-me se sabedes novas da nossa vida
Ai flores, ai flores da nossa Idade
Dizei-me se sabedes novas da liberdade
Ai flores, ai flores da inocência
Dizei-me se sabedes novas da sonolência
A sonolência que me há gerado
O espanto em que estou mergulhado
E a outra verdade que é só enguiço
Sem carne e sangue para o chouriço
E a cor perdida que perdida é
Da triste vida cá para o Zé
Há tanta névoa, tudo confuso
Por isso, flores, perdeis o uso
E sois apenas, por nosso mal
Notícia triste no Telejornal
Ai flores, florzinhas, ai lindas flores
Sede de novo plantas às cores
Que o coração me dá um tranco
De vos ver todas de preto e branco. |