Eleito nosso “Romeu”
o crú caçador monteiro,
o Lopes armou-lhe o laço
c’um jovenzito do Paço.
Bem se lhe atreveu a mão
em tempos de revolução.
Em tempos de montearia
outro galo cantaria.
O mais provável seria
cortarem-lhe a mão vadia
abaixo, abaixo o letrado
acima, abaixo, o machado.
O Crú não era para graças:
sabiam-no bispo e tunante.
Quem guiou a mão do Lopes
à denúncia repugnante?
Pedófilo, o insigne amante?
Oh, prazeres da decadência
que o culto da indecência
converte em normalidade.
O Lopes armou-lhe o laço
C’o rapazinho do Paço
em abono da verdade?
Ou pago para aldrabar?
Com um bom advogado
o Crú sairia ileso
desta calúnia da História
se fosse hoje, já se vê.
E tu, Fernão, mentias?
Ou andavas a reinar
com quem já não podia
foder-te como merecias?
13.08.2006 |