- Quer dar a sua opinião sobre as propostas, na lusofonia, de acordo ortográfico?
- O acordo ortográfico é um aborto meramente burocrático. No texto de 16 de dezembro de 1990, falava-se no artigo 2º, da elaboração de um vocabulário (conjunto dos vocábulos de uma língua) ortográfico (de ortografia, conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa que ensina a grafia correta das palavras) comum (pertencente, aplicável ou que compete a todos os elementos, pessoas ou coisas de determinado conjunto) da língua portuguesa. Mas logo na Base I, item 2º, letra “a”, grafa-se antropónimos/antropônimos. E eu pergunto: para onde foi o comum, se em Portugal se escreve e vai continuar escrevendo antropónimos, facto, receção, e no Brasil se escreve e vai continuar escrevendo antropônimos, fato e recepção? E nos outros países lusófonos escreve-se e vai continuar escrevendo de que maneira? A gosto do freguês? Certamente, pois vários deles não assinaram o acordo. Mais. Isto, sem que os ditos acordadores, olhassem, mas com olhos de ver, que as maiores diferenças estão na forma de escrever uma frase e não na forma de grafar uma palavra. E se o acordo era para unificar e não unifica, então para quê mexer com ele? Dizem os seus defensores que a mudança será pequena, mexe apenas com cerca de 600 palavras, só 0,54545454545454545454545454545455% do total das 110.000 da língua. Mas, e aqui cabe nova pergunta, se a mudança é tão pequena, para quê fazê-la então? Para quê obrigar a publicação de novos dicionários, novos livros didáticos, fazer novo tudo que é impresso? Quem vai lucrar com isso? A língua? Tadinha dela! |