No dia em que a cidade de São Paulo de
Piratininga celebra o seu 462° aniversário - nasceu com o Colégio dos
Jesuítas em 25/01/1554 –recordamos um de entre os seus exilados e
moradores portugueses mais ilustres, que durante seis décadas do
século passado (1927-1987), aqui prestigiou o Exército Português a que
pertencia, defendeu a democracia e honrou Portugal. Refiro-me a
Sarmento Pimentel, oficial de cavaleria e cavaleiro da liberdade, pela
qual lutou durante quase um século, no Sul de Angola e na Flandres, em
Portugal e no Brasil, com a pena e com a espada, à imagem e semelhança
do também exilado/degredado Luís de Camões.
João Sarmento Pimentel, capitão e general,
escritor e bibliófilo, dirigente associativo e ativista político,
articulista e homem de cultura, aqui foi empresário e líder
comunitário, mas sobretudo incontestado chefe da oposição democrática
ao ditador Salazar, que ele, tripudiando, chamava “fradalhão de Santa
Comba”, extravasando a mágoa pela feroz perseguição que lhe fora
movida pela Pide da Ditadura. E quando – aos 85 anos de idade – a
democracia foi implantada em Portugal, os políticos - porque apenas
enxergassem seus umbigos – ignoraram o puro e leal democrata, que
alimentava o sonho de representar sua Pátria no Brasil. E não foi
fácil conseguir a sua promoção a general.
SARMENTO PIMENTEL
Servir, foi seu lema e sua meta
Deste militar, político, escritor
Sempre entre os exilados o maior
Nobre guerreiro, alma de poeta
A vida totalmente dedicada
À Pátria, à grei e ao seu ideal
Viveu um século por seu Portugal
Cuja imagem quis imaculada
Homem de pensamento e de ação
Carácter de fidalgo transmontano
D`uma inteligência iluminada
A sua luta foi uma doação
E fiel exemplo camoniano
Numa das mãos a pena n` outra a espada
São Paulo, 25/01/2016