José Carlos Schwarz nasceu em Bissau a 6 de
Dezembro de 1949.Era fillho de Carlos Hans Schwarz, funcionário público,
e de Justina Schwarz, doméstica. Tal apelido deveu-se ao facto de o pai
ter nascido de mãe guineense e de pai alemão.
Fez o ensino primário em Bissau, tendo
dividido os estudos liceais entre Bissau, Dakar e Cabo Verde, sendo
neste último em 1966.
Em 1967 segue com a mãe para Portugal a
fim de se juntar ao pai, cujo estado de saúde se agravara. Ali, pode
iniciar os contactos com a música "soul" e "jazz", e com as realidades
da luta de outros povos pela independência e pelos direitos humanos.
Numa das suas visitas a Bissau, criou uma
organização sócio-cultural denominada "Roda-Livre", que não durou muito
tempo devido ao volte-face imposto a José Carlos pela Polícia Política
Colonial "por uma Guiné melhor".
Entabulou contactos com as estruturas
clandestinas do PAIGC e com os ideais de Libertacão Nacional.
Fundador e líder do Cobiana Djazz, com o
qual gravou dois discos, José Carlos dedicou grande parte das suas
composições ao fundador da nacionalidade guineense, Amilcar Cabral, a
quem admirava profundamente. Se enquadrava na resistência cultural.
Nessa época, seus textos eram marcados por uma velada crítica ao regime
opressor, disfarçada na linguagem metafórica e poética da língua crioula
e dos provérbios tradicionais. A imensa popularidade que essas canções
atingiram provocou uma grande inquietação no seio dos dirigentes locais.
Gravou com Miriam Makeba o seu Lp "Djiu di Galinha", editado
postumamente.
Partiu definitivamente a 27 de Maio de 1977, quando desempenhava o cargo
de Encarregado de Negócios da Guiné-Bissau em Cuba, num acidente aéreo,
tendo-se o avião em que viajava despenhado, ao aterrar no aeroporto de
Havana. Tinha 27 anos.
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