JOSÉ GAMA:
|
|||||||
INDEX1. Introdução |
|||||||
4. Conclusão |
|||||||
Os relatos dos primeiros contactos dos jesuítas com os índios, ao longo da costa brasileira, remetem para o domínio da magia e da feitiçaria todas as práticas e rituais que constituíam boa parte ou a totalidade da sua mundividência religiosa. E colocavam essas práticas ao nível do que de “pior” se encontrava no Reino. O novo olhar sobre essa mesma realidade, que aqui fica sugerido, não pretende colocar exactamente no mesmo plano todas as manifestações que têm alguma relação com a religiosidade ou com o mundo do sagrado. Será necessário um exame mais atento e mais completo que permita identificar as deturpações e os abusos que sempre acompanham as actividades humanas. Nas considerações aqui desenvolvidas, pretendo apenas transmitir a reacção geral que a leitura das Cartas me provocou, tentando perceber os dois lados da questão: o significado da cabana na mundividência dos índios, e o modo como os jesuítas a viram e a interpretaram. O exemplo da cabana do santo entre os índios, com os excessos que lhe andam associados nas narrações referidas, enquadra-se bem nas múltiplas teofanias ou erupções do sagrado que as culturas registam ao longo da história. O “excesso” faz parte da natureza daquilo que se manifesta, situando-se para além das capacidades humanas de recepção e de compreensão, e provocando também, por isso mesmo, atitudes excessivas, que podem ir desde a crença confiante no mito da Terra sem Males até ao exagero no consumo de bebidas e uso de fumos que provocam os transes colectivos. Ontem, como hoje, as “cabanas” e os apelos ao excesso não deixam de nos desafiar e de nos interpelar!... |
|||||||
José Gama . UCP – Faculdade de Filosofia de Braga |
|||||||
|
|||||||
Outros espaços da ciência no sítio: |
|||||||
Outros espaços da espiritualidade no sítio:ISTA - site do Instituto S. Tomás de Aquino |
|||||||
|
. |