NAZISMO E SUBVERSÃO DO DIREITO HUMANO
Henrique Doria
 

O nazismo como nova religião
Ocultismo e nazismo
Racismo e anti-semitismo
Mentira e violência
Breve cronologia de uma subversão do Direito Humano

O nazismo como nova religião

É muito provável que Hitler e o seu círculo tinham sido satanistas, pois embora Hitler, por questões tácticas, nunca tivesse rompido com o cristianismo, a verdade é que o seu círculo mais íntimo, Rudolf Hess, Julius Streicher e Alfred Rosenberg, todos eles reconhecidamente ligados ao ocultismo, defendiam que o cristianismo e o nazismo eram irreconciliáveis.

O nazis pretendiam a criação de um Super-Homem, de uma raça de senhores de facto e de direito, a Herrenvolk, que eles entendiam ser a raça ariana, cuja pureza se fora perdendo no Oriente com a mistura dos arias e dos dravidianos, e era agora representada no Ocidente pela raça germânica.

Rosenberg, que foi secretário de Hitler, defendia que uma religião nova substituiria o cristianismo, e que a Bíblia seria substituída pelo Mein Kampf, e a cruz das igrejas pela suástica. O Mein Kampf, a espada e a suástica seriam os símbolos e guias do Super-Homem.

Era um culto que nem sequer admitia o culto pagão. Embora tolerasse o paganismo romântico de Himmler, Hitler chegou a ser impiedoso para com alguns paganistas alemães, mesmo aqueles que tinha apoiado declaradamente o nazismo na sua ascensão ao poder. “Odin está morto”, disse Rosenberg.

No lugar das antigas religiões, os nazis colocaram a sua nova religião, com o seus novos calendário, liturgia, festas, peregrinações, santos, e o seu novo deus: Adolf Hitler.

O calendário festivo começava a 30 de Janeiro, o “Dia da Investidura do Poder”. Em Março havia o “Dia da Comemoração dos Heróis”; a 20 de Abril o dia do nascimento do Führer; 1 de Maio o “Dia do Trabalho”; em 9 de Novembro o “Dia dos Mártires”, em Dezembro, o festival de Yule.

A Litania do Trabalho nazi tinha um ritual semelhante à missa na basílica de S. Pedro. Os baptizado, os acampamentos, os funerais nazis eram ritualizados, E, como os muçulmanos se voltavam para Meca, os nazis voltavam-se para Munique nas suas litanias rituais.

Munique e Nuremberga eram locais privilegiados de peregrinação nazi.

Para Hitler, os alemães, para triunfarem sobre o mundo, tinham de adoptar “uma crença forte e heróica em Deus na natureza, em Deus no nosso povo, no nosso destino, no nosso sangue”.

Para Hitler, deus estava na natureza e no povo alemão. Mas como o homem é a criação superior da natureza e, segundo a lógica da sua própria teoria, está destinado a vencer a natureza, o senhor dos homens seria o senhor da natureza, do mundo.

Hitler seguia as ideias de HERBERT SPENCER quando escreveu:

“Segundo comprovam os antigos relatos e tradições, os primeiros chefes são tidos como personagens divinas. As máximas e mandatos que impõem durante a vida são tidos por sagrados depois da sua morte e recebem força dos seus herdeiros, que se julgam descendentes dos deuses e que, por sua vez, passam ao panteão da família, onde se lhes tributa o mesmo culto e as mesmas orações que aos seus antecessores: o mais antigo de todos é o deus supremo e os outros são deuses subalternos.”

Perdendo-se a memória dos antigos deuses, Hitler, que fundaria um Reich de mil anos, seria então o primeiro dos deuses da nova religião.

 

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Última Actualização:
29-Jun-2006




 

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