Tudo começou com a caixa de livros que meu pai me presenteou tão logo aprendi a ler. Talvez não avaliasse, na época, que não me trazia livros, e sim uma caixa de sonhos, sonhos estes que passaram a fazer parte do meu mundo real.
Reservada, quase esquisita, muitas vezes antipatizada por ser tímida e principalmente sozinha e desconcertada na imensidão do meu universo feminino.
A vida foi me cercando de homens por todos os lados: meu pai, meu irmão, depois meus três filhos homens, Antonio Carlos, Marcus Vinicius e Cezar Augustus. E David, meu companheiro de jornada. Não tenho de que me queixar dos homens. Foi com eles, com todos eles, que aprendi a ser mulher. Se foi por acaso, não sei, mas todos me amaram na medida que eu precisava e suportava. Se os homens me ensinaram o amor, as mulheres me ensinaram a luta, a coragem.
A imagem que tenho de mulher é a imagem laboriosa de minha avó, e dos espinhos que minha mãe precisou remover à força da própria vida para mostrar a nós sua alma.
A todos que me acompanharam na construção de meus sonhos, meus agradecimentos especiais. Mas principalmente a Lucia Beatriz e Paulo por terem sido o sustentáculo da minha atual realidade. Aos demais, já cansei de avisar que se não defendo a traição, também não acuso os traidores, e não estou aqui para fazer julgamentos de valores. Infelizmente o preconceito é a viseira mais poderosa e perniciosa que qualquer ser humano pode ter. Então, esta história, interessa apenas aos que me amam, àqueles para quem faço questão de me entregar. Que mais preciso dizer? Nada...a não ser contar para vocês como encontrei minha Estrela. Eu sou Walkyria
03/07/2004 |